Video mostra que senegalês morto no Centro de SP pela PM não estava vendendo mercadorias

  • 23/06/2025
(Foto: Reprodução)
O ambulante Ngange Mbaye morreu após ser baleado durante uma confusão com a Polícia Militar no Brás, no dia 11 de abril deste ano. Câmeras de segurança registraram que ele estava almoçando e que sua mercadoria não estava exposta quando foi agredido por agentes. Video mostra que senegalês morto pela PM não estava vendendo mercadorias Câmeras de segurança da região do Brás, no Centro de São Paulo, mostram que o ambulante senegalês Ngange Mbaye, morto durante uma abordagem policial em abril deste ano, não estava vendendo produtos no momento da ação dos PMs. As câmeras registram a vítima saindo de um restaurante, onde havia almoçado. Pelo menos oito policiais militares estavam no mesmo local. Ngange se levanta, caminha até o caixa e realiza o pagamento. Por volta das 13h55, ele deixa o restaurante. Do lado de fora, vai em direção à sua mercadoria, que havia deixado na calçada — nenhum produto estava exposto. Nesse momento, cerca de sete agentes estão parados na calçada e parecem conversar com outro homem, que nas imagens usa uma camisa rosa. A vítima e o homem de camisa rosa recolhem suas mercadorias e saem andando, sendo seguidos pelos PMs. Vítima realizando pagamento no restaurante onde almoçava. Reprodução Nas imagens que registram as agressões, os policiais tentam retirar os itens de Ngange. É possível ver um dos agentes o agredindo com um cassetete, e o ambulante reage com uma barra de ferro. Na sequência, um policial aponta uma arma de fogo na direção dele. O vídeo capta um som semelhante a um disparo. Ambulante senegalês morre após ser baleado por PM durante confusão em abordagem A gravação também mostra que o vendedor ainda tenta fugir dos policiais e proteger a mercadoria novamente. O caso ocorreu no dia 11 de abril, na Rua Joaquim Nabuco. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Após a morte do senegalês, 66 entidades ingressaram com uma ação na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), da OEA, denunciando a violência policial em São Paulo. As organizações afirmam, no documento, que o episódio representa mais uma manifestação "do padrão de violência institucionalizado pelas forças de segurança pública de São Paulo, sob a responsabilidade do governador Tarcísio de Freitas e do secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite". Em nota, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou que o caso é investigado sob sigilo por meio de um Inquérito Policial Militar (IPM), além de uma apuração conduzida pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). "Foram coletados depoimentos, imagens, declarações de vítimas e testemunhas, além da requisição de exames periciais — todos em análise. Os policiais não utilizavam câmeras corporais, pois atuavam na Atividade Delegada. O policial envolvido permanece afastado das ruas", diz a nota. Ambulante senegalês morre após confusão com PM em abordagem no Brás, Centro de SP Arquivo Pessoal Morte Um primo do vendedor informou que Ngange Mbaye estava almoçando, quando viu a PM e equipes da prefeitura recolhendo mercadorias de uma idosa. Ele entrou em confronto com os agentes, quando acabou sendo atingido por um disparo. "Ele não trabalhou e estava almoçando. A polícia pegou [mercadoria] de uma senhora colega dele que trabalha aqui e aí ele foi ajudar a senhora para não perder mercadoria. Teve confusão, e o policial o matou", afirmou Mamadou Tiam. De acordo com a Polícia Militar, equipes apoiavam a prefeitura na fiscalização dos ambulantes, e o senegalês agrediu um PM com uma barra de ferro. Na sequência, o vendedor foi baleado. Ambulante foi baleado por um policial militar durante confusão em uma abordagem na tarde desta sexta-feira (11) na rua Joaquim Nabuco, no Brás, Arquivo Pessoal Ngange Mbaye foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado para a Santa Casa, mas não resistiu. No sábado (12), um protesto contra morte de ambulante senegalês terminou com bombas de gás de pimenta e correria no Centro de SP. Em nota, a SSP disse que a Polícia Militar instaurou inquérito e afastou das atividades operacionais o agente envolvido na morte do ambulante. A barra utilizada na agressão foi apreendida, assim como a arma do agente. A ocorrência foi registrada no 8º Distrito Policial como morte decorrente de intervenção policial e tentativa de homicídio. O caso será investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Nota de repúdio O Centro de Direitos Humanos e Cidadania do Imigrante divulgou uma nota de repúdio pela morte do ambulante. "Recebemos com profunda tristeza e indignação a notícia da morte do comerciante senegalês Ngange Mbaye, ocorrida no dia 11 de abril de 2025, no bairro do Brás, em São Paulo. Mais uma vez, um homem negro, migrante e trabalhador tem sua vida interrompida de forma violenta em um contexto de repressão e abordagem policial desmedida. Ngange Mbaye atuava como vendedor ambulante quando foi abordado por policiais militares. Casos como este revelam o quanto a violência institucionalizada segue fazendo vítimas, especialmente entre as populações negras, periféricas e migrantes. São vidas tratadas como descartáveis, em um ciclo cruel de exclusão e negligência. Expressamos nossa solidariedade à família de Ngange, à comunidade senegalesa e a todas as pessoas migrantes que, diariamente, enfrentam racismo, xenofobia e precarização em suas rotinas de trabalho e sobrevivência. É fundamental que haja uma investigação rápida, transparente e imparcial sobre o caso, com a devida responsabilização dos envolvidos e adoção de medidas concretas para que tragédias como essa não se repitam". O que diz o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania "O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) manifesta profunda consternação e indignação diante da morte do cidadão senegalês Ngange Mbaye, de 34 anos, ocorrida em 11 de abril de 2025, no bairro do Brás, em São Paulo. Ngange foi alvejado por um policial militar durante uma operação de repressão ao comércio informal na Avenida Rangel Pestana. De acordo com informações divulgadas pela imprensa, Ngange Mbaye teria tentado intervir em favor de um colega ambulante que estava sendo abordado por policiais militares. Durante a ação, houve um confronto, e Ngange foi atingido por disparos de arma de fogo, vindo a falecer após ser socorrido. Em resposta ao ocorrido, o MDHC está encaminhando manifestações formais às seguintes instituições: Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo; Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial do Ministério Público do Estado de São Paulo; Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP); Centro de Direitos Humanos e Cidadania do Imigrante (CDHIC); Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública da União em São Paulo (DPU/SP). O objetivo dessas manifestações é solicitar a apuração rigorosa dos fatos, com especial atenção às circunstâncias que levaram à morte de Ngange Mbaye, bem como a adoção de medidas que garantam a responsabilização dos envolvidos e a prevenção de futuras ocorrências semelhantes. O MDHC reafirma seu compromisso com a promoção e defesa dos direitos humanos, especialmente no que tange à proteção de populações vulneráveis, como migrantes e trabalhadores informais. É imperativo que as forças de segurança atuem com respeito aos direitos fundamentais, evitando o uso excessivo da força e assegurando a dignidade de todas as pessoas. Expressamos nossa solidariedade à família de Ngange Mbaye, à comunidade senegalesa e a todos os que se sentem impactados por esta tragédia. Reiteramos a importância de uma atuação estatal pautada pela justiça, equidade e respeito à vida". Ambulante é baleado durante confusão em abordagem no Brás, Centro de SP Arquivo Pessoal

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/06/23/video-mostra-que-senegales-morto-pela-pm-nao-estava-vendendo-mercadorias.ghtml


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